-Diz-me uma coisa, por favor.
Sim!?!
-Posso ligar-te?
Sim, podes.
Neste preciso momento, o meu coração disparou.
Fiz várias tentativas para não deixar escapar uma lágrima que seja.
Tentei abstrair-me deste pensamento, mas, foi em vão.
O telefone tocou:
-Estou?
-Olá....Eu amo-te muito...
Deixei escapar uma lágrima e suspirei para tentar com que não percebesses que tal aconteceu.
-Que suspiro é esse?
-Não é nada. Isto passa.
Falamos muito e ao longo da conversa, deixei escapar outra lágrima.
Irra, tu tem calma contigo porque agora não é o momento «pensei cá para mim».
Chegou a hora da despedida.
Fica bem amor, até amanhã. Amo-te muito...
Até amanhã, também te amo muito...(os meus olhos ficaram rasos d'água).
Tranquei-me no quarto, fechei as cortinas, fechei as janelas, deitei-me na cama, olhei para o tecto e chorei.
Esqueci-me de ti, esqueci-me de tudo e chorei.
O teu rosto está gravado na minha mente e no meu coração. Imortalizado, divinizado.
Com um fio de voz, consegui pronunciar o teu nome.
Eu sabia que ninguém conseguiria ouvir, mas, eu precisava pronunciá-lo.
De repente, senti-me fraca e rouca «permanentemente».
Suspirei e chorei por mais um tempo, até encontrar forças para me levantar da cama e lavar o rosto.
Os meus olhos estavam vermelhos e inchados, mas eu não dei importância nenhuma.
Já não havia nenhuma vitalidade em mim.
Estava morta por dentro.
As lágrimas que chorei, são de dor e saudade.
Por momentos, a minha vida parecia um pesadelo.
Lembrei-me da tua última pronúncia antes de desligar «Amo-te muito».
Uma réstia de alegria percorreu a minha face.